Com atrasos salariais e desafios orçamentários, autoridades locais discutem alternativas para assegurar a continuidade dos serviços hospitalares essenciais à região.
A crise financeira da Santa Casa do Rio Grande tem mobilizado autoridades locais e regionais em busca de soluções para garantir a continuidade dos serviços hospitalares. Recentemente, prefeitos da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) se reuniram para debater alternativas de apoio à instituição.
Situação Atual e Medidas Implementadas
O presidente da Santa Casa, Renato Silveira, assumiu a gestão durante a pandemia, quando algumas cobranças judiciais estavam suspensas, permitindo a manutenção dos atendimentos. Em 2023, um plano de reestruturação foi implementado, com o objetivo de equilibrar as finanças. Entre as ações adotadas, destacam-se a ampliação dos serviços de saúde suplementar e a redução de 15% nos custos operacionais. A Santa Casa conta com dois complexos hospitalares, sendo um geral e outro especializado em cardiologia, além de novas parcerias nos setores de farmácia e oftalmologia.
Desafios Financeiros e Busca por Recursos
Apesar dos esforços, a transparência na gestão financeira ainda gera questionamentos. Médicos relatam atrasos salariais desde novembro, levando alguns profissionais a rescindir seus contratos, o que impacta diretamente os atendimentos em 21 municípios que dependem dos serviços da Santa Casa.
Soluções em Discussão
Durante a reunião, a procuradora da República, Anelise Becker, mencionou um possível Termo de Compromisso para viabilizar um aporte financeiro emergencial por meio do Fundo de Recuperação de Bens Lesados. Entretanto, alertou que medidas paliativas não resolveriam o problema a longo prazo.
A prefeita Darlene Pereira defendeu uma mobilização conjunta dos prefeitos da Azonasul. Entre as propostas, está o aumento do teto MAC, o que poderia gerar um repasse federal adicional de R$ 1 milhão por mês. Também foi solicitada uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão à deputada Maria do Rosário (PT). Atualmente, o município contribui com R$ 600 mil mensais para o pronto atendimento e R$ 90 mil para a maternidade, valores que não são reajustados desde 2020. A Santa Casa pede um reajuste de 25%, o que representaria um acréscimo de aproximadamente R$ 150 mil mensais.
Darlene afastou a possibilidade de intervenção na administração da Santa Casa, enfatizando seu caráter filantrópico e privado. No entanto, se comprometeu a buscar soluções junto à secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, para aperfeiçoar a gestão dos serviços.
Considerações Finais
Crises financeiras em hospitais filantrópicos não são incomuns. Experiências de outras instituições mostram que a superação dessas dificuldades depende de planejamento, gestão eficiente e apoio governamental. A situação da Santa Casa do Rio Grande exige um esforço conjunto para evitar prejuízos à população que depende dos serviços oferecidos pelo hospital.